terça-feira, 9 de agosto de 2011

Caricias leves

Eu já tinha imaginado esta situação centenas de vezes, havia analisado todas as possibilidades, erros, acertos, eu a estudei feito um universitário em busca de aprovação, todas as minhas fantasias havia dedicado a ela, todas sem faltar nenhuma, em sonhos e fantasias eu havia sido fiel como um cão a seu dono... Em sonhos.
Tudo naquele lugar parecia incitar ao que nos aguardava, olhos nos olhos nos movimentávamos quase que em câmera lenta, brincavamos inconscientemente de espelho, nossos movimentos cautelosos se repetiam e se confundiam. Suavemente comecei a passar meus dedos por seu rosto tendo como destino sua boca, e ela fazia o mesmo, redesenhávamos os traços de nossos rostos, como cegos a descobrir a face alheia, eu podia sentir as penugens de seu rosto acariciando meus dedos e simultaneamente encontramos nossos lábios... Que delicia estar naqueles lábios, meus dedos naquele instante eram as partes de meu corpo mais felizes a festejar em sua língua e saliva, enquanto isso eu a chupava os dedos, em minha mente eram mamilos, e eu sugava sem pudor e restrições, olhos nos olhos, como Chico cantara, mas as intenções eram outras a contrariar a canção. Nos aproximamos e dançamos suavemente, sem a pressa do mundo, sem pirotecnia, só vontade. O desejo nos consumia, isso era notável em nossos movimentos pélvicos, seria fácil nos entregarmos de imediato, porem nosso desafio era aumentar a libido a um ponto insuportável. Dançamos a passear as mãos sutilmente por nossos corpos a sentir nossa pele arder, a respiração ofegava em agonia, nos mordemos, nos lambemos, nos apertamos... Os beijos eram leves a provocar a loucura que já nos dominava... Fizemos de nossos corpos instrumentos a torturar um ao outro, eu podia sentir seu suor, seu cheio, gosto, tudo. Estávamos a atingir o nirvana sexual, atados pelo objetivo de explorar ao máximo nosso prazer... Eramos caricias leves.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Farejador

Gosto de cheiro de mulher, perfume, natural, cheiro de banho tomado, isso sim é bom, aquela pele fresca pedindo por toque, por caricias... Não tenho medo de meus instintos primitivos, confesso que deles usufruo quando ameaço de bote uma fêmea, olho nos olhos, miro lugares estratégicos e feito lobo farejo, chego a sentir o cheiro de tudo, isso me motiva o paladar, e a fome aguça.
Sabe, adoro mordiscar, lamber, sentir a textura , o sabor, o suor que timidamente salga a pele... 
Quando o cheiro bate na fraqueza rola fissura na hora, a cabeça fraqueja, palpitações, impulsos... 
Pra isso é bom de fazer com tempo, pra poder comer com a mão a se lamber os dedos, é bom se lambuzar, é gostoso, faz bem pra alma. 
Geralmente ataco o pescoço, com calma é possível sentir as veias saltarem, o ritmo do coração, nos momentos de calma tudo é possível ser sentido... 
A natureza faz amor com a terra lentamente e tudo que sai desta dança é intenso, é movimento e tem sua raiz.
Eu quero esse cheiro espalhado em mim, a lembrança constante desse assanhamento...
E feito animal cheirar e lamber, como quem busca o gosto em tudo.
Não da pra se interessar por todo cheiro, por todo gosto...
Muitos passam por mim como simples odores comuns sem o laço a me atar

Ao te esbarrar senti sua essência, e sinto lhe dizer que já é tarde, pois te farejei.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O Sobrenome. Ep-1

Ainda sei o sobrenome de todas elas, carrego este sino em minha mente a tirar minha paz por onde quer que eu vá, todas tão perfeitas em suas imperfeições, tão inocentes em seus pecados que conquistaram seus lugares em minha mente, sobrenomes lindos, cheios de significados ocultos, cheios de vida e graça que conduziram minha vida até aqui, até outros sobrenomes a serem imortalizados em minha curta existência... Sobrenomes.

Hoje me peguei divagando entre pernas e lábios cheios de amor, de desejo, afinal se poucas coisas me lembro dessa vida, o que me resta faço questão, mesmo que me maltrate em remorso ou saudade. Confesso! Gosto de saciar minha nostalgia com noites repletas de sexo, maconha e blues. Para muitos a visão de um inferno desenhado, para outros o paraíso dos sábios, noites quentes regadas de suor e sêmen, bebidas fortes e lençóis baratos.

Agora me vem um olhar a mente, são tantas a brincar com minhas lembranças, sempre lépidas, fagueiras, cheias de paixão... Porem apenas algumas se destacam meio a tantas belezas peripatéticas.

Aquelas que chegam a meu coração, feito quem escala o Everest, chegam até a contemplar uma linda imagem divertida, mas logo a avalanche trata de sufocar cada qual neste meu particular mar de incertezas.

Me lembro do sobrenome daqueles olhos, pois seu nome me envolveu num levante a não tocar o chão. Os lábios quentes, o corpo de serpente a curiar meu cheiro, roçando a pele doce aos pelos de minha barriga, caçando meus olhos enquanto se espremia em minha virilha, um sobrenome imponente e uma boca potente de batom lilás.

Em pouco tempo já tinha conhecido sua família e com isso tínhamos mais um motivo para fazer sexo em situações perigosas ou embaraçadoras... Na sala assistindo filme junto a seus pais, coisa que jamais vou esquecer, pois ela me chupou naquele dia, sei que pode parecer uma forma bizarra de se obter prazer... Mas somos todos bizarros.

Ainda consigo lembrar o cheiro que exalava de sua Xãna, sempre gostei do nome Xãna, até porque nunca consegui fazer relação logica entre o nome e a pessoa... Chavasca por exemplo já tem logica, afinal ela é a chave que aciona o mundo, e uma chave dessa só pode ser uma Chavasca.

Ela era firme e me sugava para dentro num balé audacioso e como num ritual sagrado gemia meu nome para que eu soubesse para onde voltar se acaso me perdesse durante a missão. Sempre me olhando nos olhos, sempre cheia de fúria sexual que durante o coito se transformava.

Era uma no flerte, outra nas preliminares, outra na transa, outra ao gozar... Era muitas, e a cada vez eu me apaixonava por uma em especial.

Saudade daquele sobrenome.